Hoje fiz uma busca de imagens no Google com o termo “Modelo Spotify” e o resultado foi mais ou menos o que eu imaginava, com essa figura em destaque:
Eu tenho percebido que muitas empresas estão “aplicando” o tal “Modelo Spotify”, chamando seus times de Squads e esperando com isso se tornarem ágeis, como se uma mudança na distribuição e nomenclatura dos times pudesse garantir alguma coisa.
O fato é que o Modelo Spotify vai muito além de uma simples estrutura organizacional, e essa estrutura é apenas um pequeno pedaço do real modelo que faz o Spotify ter os resultados que tem.
Se você quiser conhecer o verdadeiro modelo Spotify, que eu explico um pouco mais abaixo, sugiro assistir os vídeos do próprio Spotify, que tiveram uma nova versão publicada bem recentemente:
Spotify Engineering Culture – Part 1: https://www.youtube.com/watch?v=Yvfz4HGtoPc
Spotify Engineering Culture – Part 2: https://www.youtube.com/watch?v=vOt4BbWLWQw
Um pouco sobre a parte 1:
Vejam que eu até destaquei a famosa imagem do “Modelo Spotify” em laranja, para termos uma ideia de como aquilo que é mais conhecido é apenas um pequeno pedaço do modelo todo, que tem alguns highlights:
- Cross-polination > Standardization: O Spotify valoriza muito mais uma cultura de se criar boas práticas e expandi-las pela empresa (a partir de qualquer squad) do que criar padrões que serão usados por todos.
- Agile > Scrum, Principles > Practices, Servant > Master: O Spotify iniciou com Scrum, mas hoje já percebe que não se deve ficar preso a modelos e frameworks. Ser ágil é muito mais importante do que seguir o Scrum à risca, ter bons princípios é muito melhor do que seguir práticas estabelecidas, servir é muito melhor do que masterizar.
- Community > Structure: Isso é sobre a organização das pessoas, que não é só uma imagem bonita de squads, tribes, chapters mas sim uma ideia de que o trabalho em forma de comunidade é muito melhor do que em cima de uma estrutura rígida.
- Sobre cultura, o Spotify tem um foco em motivação, as pessoas são mais importantes do que todo o restante, e o alinhamento é o que habilita a autonomia dos times. A cultura é muito mais baseada em confiança do que em controle, e políticas e o medo não fazem parte do modelo.
- Na parte técnica / engenharia, temos várias práticas como: releases pequenas e frequentes, releases desacopladas, modelo de alto serviço, trens de release e feature toggles, tudo isso suportante o modelo de estrutura das squads
E isso é apenas a primeira parte do modelo. Vamos ver um pouquinho da Parte 2?
Aqui podemos destacar:
- Ambiente amigável para falhas
- Cultura amigável para experimentações
- Cultura Lean que repele desperdícios
- Melhoria contínua
- Impacto acima de velocidade
- Inovação acima de previsibilidade
- Entrega de valor acima de seguir planos
- Caos é melhor do que burocracia
- Minimizar a necessidade de grandes projetos
- E um conceito que eu particularmente adoro: Definition Of Awesome
- E a máxima: Você é a cultura
E o que eu concluo com tudo isso?
- Pense bem antes de falar que usa (ou conhece) o modelo Spotify
- Estude muito o Modelo Spotify (esses dois vídeos já contém praticamente tudo que é necessário) pois há muito o que aprender e o que aplicar a partir dele